domingo, 22 de agosto de 2010

o sonho que é vida


vozes no meio da noite.

o homem recita poemas de cor.

o homem recitava poemas de cor.

sua voz no meio da noite.

acordei.

o homem estava sentado ao pé de mim

e recitava poemas de cor.

continuou recitando poemas de cor.

desejantes, misteriosos, instigantes,

enigmáticos, voláteis, excitantes.

poemas que o homem recitava ao longo da noite.

arrepiei.

sentia os poemas estalarem no meu corpo.

meus olhos vigiavam,

meus ouvidos captavam a voz,

meu nariz buscava eternizar o cheiro daquele momento,

meu coração batia com cuidado

para que o homem que recitava poemas de cor

não se percebesse observado.

acordei.

e o encanto vagueia pela terra.

escrito em abril/2006

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quem ouve? quem houve?

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