terça-feira, 20 de dezembro de 2011

cinza céu azul

crédito da foto: fábio m. bueno

Gosto de sentir a tristeza de um dia nublado.
Eu me recarrego com a tristeza de um dia nublado.
Me reencanto com outros lugares e, quem sabe, com outras épocas.
Me sinto em Glascow e também em Minas Gerais.
Não me pergunte por quê.
Apenas sinto, por um instante, a existência de outro espaço-tempo,
Como diria meu amigo.
Gosto de sentir a tristeza de um dia nublado,
Porque isto é pura poesia.


E eis que a céu se pinta de azul.
Azul vivo, brilhante.
As folhas verdes, bem verdes das árvores e arbustos,
Refletem a cor amarela do amarelo do sol.
O vento de inverno esvoaça as cortinas, bate a porta e leva a poeira.
Me é extremamente aconchegante, apesar de frio.
Hoje as flores estarão felizes.
Hoje elas crescerão e iluminarão a face do observador.
Hoje é dia de romã.

sábado, 17 de dezembro de 2011

atualizando o desafio

foi anunciado aos quatro cantos
- a literatura vai te salvar -

aceitou o desafio
um jogo de palavras
inventar mundos com sensações
(as palavras são sensações
para quem lê)

mas o tempo, o tempo
o tempo das palavras literárias tem outro relógio
ele não se importa com prazos e contratos
o tempo das palavras literárias se pauta em personagens
não se atém ao ritmo do dia a dia de gente real

para ser poesia
a palavra esquece da vida!
e vive...


quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

domingo, 11 de dezembro de 2011

Eu de adjetivos - Os Novos Baianos



Entre o passo e a consequência
Eu de a, de a... dje

Por todos os ladrilhos pisados, passados
Passando de risco a traço
Pra ser caminho
Mil maços de caminhos

Não vejo outro circuito das luzes da minha terra
As luzes são de fogo, aroma e tocha!
As dúvidas se esvaem tranquilas na palma da minha mão
Eu vou por cima das minas, das minas do rei Salomão

Não vejo um longo circuito das luzes da minha terra
As luzes são de fogo, aroma e tocha
As dúvidas embalam tranquilas na palma da minha mão
Eu vou por cima das minas, das minas do rei Salomão

sábado, 10 de dezembro de 2011

um recado me esperava no meio dos recortes de jornais

Pois é, organizar papéis alheios dá nisso. A gente acaba descobrindo tesouros... e descobre também que existiam tesouros escondidos para nós... Em dado momento do trabalho, encontrei um grupo de recortes e textos manuscritos endereçados à minha pessoa... ainda que meu avô não soubesse que a pessoa seria eu. O texto, intitulado "Arquive-se", escrito na clássica caligrafia de Célio Rodrigues Siqueira (clássica para mim, obviamente, que cresci lendo os textos de meu avô...), diz o seguinte:

Arquive-se    
"Tenho uns papéis guardados que vão se perder, bem sei. São recortes que fui ajuntando pelo caminho numa variedade bem reveladora dos transitórios de espírito então vividos, tendo portanto pouco valor para quem vier depois. Alguns porém devem continuar, e a maneira mais segura de garantir-lhes a dilatação dos prazos que precedem ao esquecimento é trazê-los de volta à luz do dia, onde se aquecerão por um momento, antes de voltarem à escuridão. E para alguém que resolve recortar e guardar o que aqui vai, eis o que diz o poeta Antonio Cícero, de quem nunca ouvi falar:


O senso de justiça de Abraão Lincoln estava presente até nos versos que improvisava, como nestes traduzidos por Milton Amado:


Leia agora "A Devolução da Oferta" do poeta indiano Rabindranath Tagore, na tradução de Guilherme de Almeida:


Infelizmente esse recorte se perdeu... ou está perdido. 
Se vier a encontrá-lo, postarei aqui! 


Este, copiei de algum lugar, por considerá-lo original e de leitura agradável, embora não leve a parte alguma: 

E para concluir, por hoje, eis Franz Kafka, o atribulado e genial judeu tcheko, numa página que bem merece ser guardada, como o recomenda o poeta de abertura destes recortes:"





Por fim, para saciar a curiosidade dos leitores de plantão, segue o manuscrito de C.R.S. onde tudo isso está testamentado...


sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

pedaços antigos de jornais

estou organizando o material deixado por meus avós, especialmente pelo meu avô, que se dedicava mais às palavras escritas. são folhetos das coleções da national geographic, crônicas da semana, cadernos de anotações bíblicas, correspondências, documentos familiares, mapas, fotografias de paraguaçu, da família etc, etc, porque a lista é longa. todavia, o que mais tem chamado minha atenção são os recortes de jornais. geralmente notícias estranhas, peculiares, inesperadas. desabafo de um sujeito que se arrependeu de uma atitude preconceituosa, receitas para diminuição da acidez do estômago, nota sobre um tal de 'boa noite cinderela', poesias... e até uma comparação entre a mulher e os cinco continentes. 
seguem: 




quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

palavra

a pá lavra a terra
para produzir cultura

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

existir

o que eu sei é o que se apresenta.
eu não sei de nenhuma essência do ser,
porque isso não existe.
as pessoas são o que necessitam ser,
e isso muda.
capisci?

o drama da teoria

na vida é que a gente aprende as lições da vida. 
é a experiência da vida,
não a experiência do laboratório, 
que ensina.

tem gente que quer provar o contrário.
essas pessoas não perceberam,
coitadas,
que da vida alheia não sabem nada.

inventar teorias para a experiência da vida
é o mesmo que fazer experiências no laboratório.
recortar, observar, calcular, medir, quantificar, 
analisar, sintetizar e estabelecer leis, padrões de repetibilidade.

experimentar a vida é vivenciar o mundo!


livros no laboratório: ironia?
talvez,
para os pretensos teóricos da vida...

quem ouve? quem houve?

quem ouve? quem houve?