estou organizando o material deixado por meus avós, especialmente pelo meu avô, que se dedicava mais às palavras escritas. são folhetos das coleções da national geographic, crônicas da semana, cadernos de anotações bíblicas, correspondências, documentos familiares, mapas, fotografias de paraguaçu, da família etc, etc, porque a lista é longa. todavia, o que mais tem chamado minha atenção são os recortes de jornais. geralmente notícias estranhas, peculiares, inesperadas. desabafo de um sujeito que se arrependeu de uma atitude preconceituosa, receitas para diminuição da acidez do estômago, nota sobre um tal de 'boa noite cinderela', poesias... e até uma comparação entre a mulher e os cinco continentes.
seguem:
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É impressionante como permanecer atento aos "mínimos" acontecimentos de nossa vida podem nos levar a transformações perturbadoras. A pessoa que viveu a situação descrita no texto "Sem preconceitos" é um ser sensível. Quantos de nós cometemos injustiças e preconceitos terríveis e não somos capazes nem de identificá-los, tamanho é nosso envolvimento com os mecanismos de exclusão e disputa propostos pelos jogos da vida. Na narrativa a que me refiro neste comentário valorizo Raffaello Pappone não pela atitude que teve diante do rapaz bem intencionado, mas por ter tido a humanidade de reconhecer seu erro e revelá-lo aos demais a fim de que atitudes bárbaras como a sua não sejam reproduzidas por nós que, como Raffaello, somos inconformados com os absurdos da desigualdade social.
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