sábado, 19 de dezembro de 2009
segunda-feira, 7 de dezembro de 2009
on the road
pé na estrada. viagem de ônibus. altas aventuras.
zunido de música do mp3, 4, 5, ou 6 alheio: puta música ruim.
pessoas que falam ao celular a noite inteira,
garoto que dorme e peida ao meu lado.
bêbados que se divertem com as histórias do cotidiano,
pessoas que roncam muito alto.
mas valeu a pena, viajar é bom que a gente se conhece de novo,
se encontra em outros cenários,
conversa com outros artistas.
valeu a pena!
zunido de música do mp3, 4, 5, ou 6 alheio: puta música ruim.
pessoas que falam ao celular a noite inteira,
garoto que dorme e peida ao meu lado.
bêbados que se divertem com as histórias do cotidiano,
pessoas que roncam muito alto.
mas valeu a pena, viajar é bom que a gente se conhece de novo,
se encontra em outros cenários,
conversa com outros artistas.
valeu a pena!
domingo, 8 de novembro de 2009
canivetes
no dia em que sai de casa fui pego de surpresa por uma tempestade de canivetes. eles caiam abertos, apontados para minha cabeça, mirando meu cérebro. porém, decidi encarar as ferroadas dos canivetes em minha cabeça. a cada buraco que se abria, pensamentos antigos, gaseificados, escapavam de minha mente, poluindo o ambiente e refrescando meu cérebro. ganhei espaço mental, o que me permitiu incorporar novas ideias e fazer novas conexões de ideias para criar e preencher os espaços desocupados.
depois disso, outras tempestades de canivetes me pegaram de surpresa...
depois disso, outras tempestades de canivetes me pegaram de surpresa...
quarta-feira, 30 de setembro de 2009
sobre os conceitos
"{...} os conceitos (como todos os conceitos e, aliás, todas as palavras) vêm carregado de acréscimos - cada um deles está sobrecarregado por sua carga psíquico-cultural, como convidados que suspeitosamente chegam com enorme excesso de malas para quem vem apenas passar o fim de semana." (Hakim Bey, Caos. São Paulo: Conrad, 2003)
segunda-feira, 28 de setembro de 2009
eu em mim
quem és tu? que lhe chamam pelo teu nome?
que vive aí dentro de mim? que sou eu?
quem sou eu? que me chamam pelo meu nome?
que vive aqui dentro de mim? que és tu?
seu nome? valter.
meu valterego.
que vive aí dentro de mim? que sou eu?
quem sou eu? que me chamam pelo meu nome?
que vive aqui dentro de mim? que és tu?
seu nome? valter.
meu valterego.
domingo, 27 de setembro de 2009
vozes
qual é a cor do seu cabelo quando a luz do sol chega ao japão?
qual é o dia mais feliz da unha do seu pé?
qual é o aspecto mais bonito do seu joelho?
onde você está quando volta para casa?
onde fica seu estômago enquanto você toma banho?
em que lugar fica o caminho para a sua intensidade?
fique frio, o dia já vai acabar.
fique longe quando o vento abrir a porta do seu quarto.
fique quieto que eu quero dormir.
21/11/2006
fim
a última gota, enfim, se solta da torneira.
enquanto se desloca pelo ar,
as últimas emoções são sentidas e compartilhadas.
o que acontecerá quando a água tocar o chão
e se esvaziarem os sentidos?
talvez venha o silêncio...
o ensurdecedor silêncio...
e no final, o estridente estilhaçar
do vidro da janela do quarto.
22/11/2004
enquanto se desloca pelo ar,
as últimas emoções são sentidas e compartilhadas.
o que acontecerá quando a água tocar o chão
e se esvaziarem os sentidos?
talvez venha o silêncio...
o ensurdecedor silêncio...
e no final, o estridente estilhaçar
do vidro da janela do quarto.
22/11/2004
...
o eu e o outro
a onda encobre o castelo de areia. quando volta ao mar, leva consigo muitos daqueles grãos e transforma a forma do castelo. o que vai? o que fica? corre-se o risco de a onda levar o que eu gosto e deixar o que me faz sentir repulsa, o que deveria estar bem longe do olho do outro. do olho do meu outro e, também, do outro do outro.
22/11/2004
citação incompleta
"precisamos aprender como manejar eficientemente as palavras mas, ao mesmo tempo, devemos preservar, e, se necessário, intensificar nossa capacidade de olhar o mundo diretamente, e não através da lente semi-opaca das ideias, que destorce cada fato, diluindo-o no lugar comum das denominações genéricas ou das abstrações explanatórias" (aldous huxley)
27/10/2004
quase
parece que não há mais nada para fazer
para que os minutos voltem a mover os dias
para que as cores voltem a enfeitar a vida
pior que a solidão
é a presença de alguém que
quase
está ausente
quase
chegou tão próximo de ser e não foi
quase
não existiu
não aconteceu
quase
para que os minutos voltem a mover os dias
para que as cores voltem a enfeitar a vida
pior que a solidão
é a presença de alguém que
quase
está ausente
quase
chegou tão próximo de ser e não foi
quase
não existiu
não aconteceu
quase
16/10/2004
os meus caderninhos
hoje encontrei meus antigos caderninhos.
eles datam de setembro de 2004 a agosto de 2008.
a seguir, postarei algumas das frases que re-encontrei.
...com talvez pequenas modificações.
quinta-feira, 17 de setembro de 2009
Homem
quem és tu, ó homem, que no dicionário é definido como um hominídeo extinto, que surgiu na Europa e Ásia por volta de 100 mil anos atrás, de pequena estatura e grande capacidade cerebral?
afinal, são homens todos os tipos de homo?
habilis, ergaster, erectus, neanderthalensis, sapiens...
seres da família hominidae.
Eles já vinham caminhando havia dias quando L, que estava lá atrás, ajudando M, ouviu um grito lancinante vindo da vanguarda. Correu toda a caravana, que tinha estacado com o grito, e quando chegou finalmente à frente da procissão encontrou Dara cercada por outros, ajoelhada diante de uma pegada. Ela levantou os olhos para ele, aterrorizada como os que a rodeavam, e disse: “Humanos!”.
A palavra ecoou de boca em boca ao longo da caravana, desnorteando a organização da fila, agora que já não sabiam mais se continuavam ou batiam em retirada. Alguns desmaiaram, outros agarraram seus filhos e mais de um guerreiro empunhou suas armas.
Lloyd Harold Billings
Humans, 1903, inédito
Do livro Aberração, de Bernardo Carvalho.
sábado, 29 de agosto de 2009
segunda-feira, 10 de agosto de 2009
o despencar das máscaras
Pois é, eles estavam todos emparedados, fixados nas verdades que não devem ser tocadas.
No entanto, eis que ela se apresenta onipresente: a linguagem.
Um fala dali, outro gesticula de lá, o terceiro cantarola ali e o quarto se esconde acolá...
E as máscaras começam a despencar.
Uma a uma.
No entanto, eis que ela se apresenta onipresente: a linguagem.
Um fala dali, outro gesticula de lá, o terceiro cantarola ali e o quarto se esconde acolá...
E as máscaras começam a despencar.
Uma a uma.
Serão eles capazes de se encarar usando máscaras novas?
Bernardo Soares em Pessoa
"Tudo quanto o homem expõe ou exprime é uma nota à margem de um texto apagado de todo. Mais ou menos, pelo sentido da nota, tiramos o sentido que havia de ser o do texto; mas fica sempre uma dúvida; e os sentidos possíveis são muitos." (Soares, Bernardo apud Pessoa, Fernando. Aforismos e afins. São Paulo: Companhia das Letras, 2006, p. 10)
segunda-feira, 27 de julho de 2009
as ninfas mudas
As palavras eram três ninfas mudas,
filhas de um mortal e da deusa História. Observavam os acontecimentos
e se angustiavam com a impossibilidade de narrá-los. Um dia, as palavras se reuniram com a História
e imploraram pela voz. A deusa, sensibilizada com a súplica das filhas,
fez com elas um acordo: permitiria que falassem
desde que se comprometessem em narrar aos mortais seus ensinamentos.
Ansiosas, achando que a tarefa seria simples, aceitaram a condição...
Ansiosas, achando que a tarefa seria simples, aceitaram a condição...
E deu no que deu.
Cada uma das palavras,
Cada uma das palavras,
ao narrar os ensinamentos da História, tinha seu próprio sentido...
Em pouco tempo, os resultados da empreitada começaram a aparecer...
o que quase levou a História ao completo descrédito:
as palavras haviam criado uma grande variedade de ensinamentos.
Alguns deles se completavam, outros se opunham
e os demais não tinham nenhuma relação entre si.
sexta-feira, 24 de julho de 2009
quarta-feira, 22 de julho de 2009
coisas do discurso
trópico é desvio para os gregos clássicos,
já para os gregos koinés, é maneira.
para os latinos clássicos, trópico é metáfora ou figura de linguagem,
já os latinos tardios usam a palavra para dizer compasso (ou tom, sabe lá).
mas, para os ingleses modernos, trópico é estilo.
ou melhor, estilo é para os portugueses brasileiros,
para os ingleses modernos, é style.
o estilo faz a análise do discurso.
o discurso faz a análise do estilo.
já para os gregos koinés, é maneira.
para os latinos clássicos, trópico é metáfora ou figura de linguagem,
já os latinos tardios usam a palavra para dizer compasso (ou tom, sabe lá).
mas, para os ingleses modernos, trópico é estilo.
ou melhor, estilo é para os portugueses brasileiros,
para os ingleses modernos, é style.
o estilo faz a análise do discurso.
o discurso faz a análise do estilo.
Texto de referência:
- WHITE, Hayden. Trópicos do discurso, p. 14.
quarta-feira, 15 de julho de 2009
história sob suspeita
história sob suspeita sob suspeita história suspeita história
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