quinta-feira, 2 de abril de 2020

poesia da quarentena

nossa! estou no bagaço.
não sei se é pelo coronavírus
ou pelo duelo infindável dos batedores de panela na janela
que agora deram para medir quem pode mais. justo agora que não podem sair de casa
sintomático
parecem os cachorros presos nas coleiras

ou pela disputa ideológica entre o vassalo fidelíssimo do rei
e o inimigo até a morte do mesmo
que não se cansam de se digladiarem na arena pública (hologramática) do facebook

suas fontes: o whatsapp, o próprio facebook
fontes invencíveis em se tratando da velocidade de propagação da informação
especialmente da informação falsa
que carrega uma grande vontade de que aquilo que se compartilha, pela força do compartilhamento, é
tem que ser!
uma mistura de idade média com futurismo

nunca estivemos tão próximos do ocaso
e agora o tempo passa a passar rápido demais
me sinto, enquanto espécie, naquela civilização que não deixou vestígio
tamanha a desgraça de seu fim

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quem ouve? quem houve?

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